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É com enorme satisfação que a EAPN Portugal/Rede Europeia Anti Pobreza comunica o resultado da terceira edição do prémio de jornalismo “Analisar a pobreza na Imprensa” instituído por esta organização não-governamental para o desenvolvimento, visando distinguir trabalhos jornalísticos que abordem a pobreza e a exclusão social de forma digna, livre de preconceito e de outras representações negativas sobre estas matérias.
Assim, os trabalhos jornalísticos propostos a concurso, foram selecionados e analisados pelas pessoas que constituem os 19 Conselhos Locais de Cidadãos – um por distrito – e, finalmente, selecionados e avaliados por 4 elementos desse mesmo conselho que os representam. De um total de 38 trabalhos jornalísticos (18 nacionais e 20 regionais) foram premiados os seguintes:
Categoria Imprensa Nacional
?1º Prémio: Jornalista Ana Tulha e Fotógrafo Rui Oliveira pelo trabalho Os sem-abrigo da Covid – Notícias Magazine de 31 de Agosto de 2020.
?2º Prémio: Jornalista Gonçalo Fonseca pelo trabalho O desespero de quem sonha com um teto– Jornal Expresso de19 de Setembro de 2020.
?3º Prémio: Jornalista Ana Mafalda Inácio e Fotojornalista Paulo Spranger  pelo trabalho “Dever dinheiro a alguém é um factor de risco para a saúde mental”– Jornal Diário de Notícias de 06 de junho de 2020. 
Menção honrosa da Categoria Nacional: este ano o júri, devido à qualidade dos trabalhos identificados, decidiu atribuir menção honrosa a dois trabalhos jornalísticos devido à originalidade e qualidade dos mesmos. 
Jornalista Andreia Friaças e Fotógrafo Nuno Ferreira Santos pelo trabalho Mulheres sem-abrigo não querem ser “invisíveis” — e estão a ganhar voz – Jornal Público de 26 de outubro de 2020. 
Jornalista Dulce Maria Cardoso, Fotojornalista Adriano Miranda e Web Miguel Feraso Cabral pelo trabalho Porque escolhemos não ver os velhos?- Jornal Público de 20 de dezembro de 2020 
Categoria Imprensa Regional
?1º Prémio: Jornalista Anabela Silva e Fotógrafo Ricardo Graça pelo trabalho Pedro viveu “quase 30 anos” na rua. Agora, “tem uma cama em condições”– Jornal de Leiria de 22 de outubro de 2020. 
?2º Prémio: Jornalista Altino Pinto pelo trabalho “Idosos estão a ser marginalizados” – Jornal + Aguiar da Beira de 10 de outubro de 2020. 
?3º Prémio: Jornalista Maria Simiris pelo trabalho Associação MÔÇES quer integrar grupos de risco pelo artesanato– Jornal Barlavento de 8 de outubro de 2020. 
Deste modo, o júri, reunido ontem, no dia 08 de Setembro, que deliberou e colocou em ata a sua decisão, teve a seguinte composição:
Elementos do Júri dos Conselhos Locais de Cidadãos: Cidália Barriga (CLC de Évora); Francisco Rico (CLC de Aveiro); Jaime Filipe (CLC de Setúbal); Jaime Janeiro (CLC de Portalegre);
Elementos do Júri da Academia:  Paulo Alves (Universidade do Algarve) Fernando Zamith (Departamento de Ciências da Comunicação e Informação da Faculdade de Letras da Universidade dom Porto).
De referir que o júri da Academia deu um parecer consultivo enquanto a decisão ficou exclusivamente a cargo do Conselho Nacional de Cidadãos.
Em ambas as categorias – nacional e regional – os premiados irão receber um prémio – peça assinada pela artista Teresa Almeida, juntamente com um certificado. A cerimónia de entrega dos prémios terá lugar no dia 14 de Outubro , na Biblioteca Municipal de Vila Franca de Xira – Fábrica das Palavras, às 17h30. 
 Outras notas:
EAPN Portugal – quem somos?
A EAPN – European Anti Poverty Network (Rede Europeia Anti Pobreza) é a maior rede europeia de redes nacionais, regionais e locais de ONGs, bem como de organizações europeias ativas na luta contra a pobreza. Fundada em 1990, em Bruxelas, a EAPN está atualmente representada em 31 países, nomeadamente em Portugal.
Criada em 17 de dezembro de 1991, a EAPN Portugal é uma organização, reconhecida como Associação de Solidariedade Social, de âmbito nacional, obtendo em 1995 o estatuto de Organização Não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD). A ação da EAPN Portugal, sediada no Porto, estende-se a todo o país através de 18 Núcleos Distritais.
Em 2010 foi-lhe atribuído, pela Assembleia da República, o Prémio Direitos Humanos. A decisão, unânime, foi tomada por um júri constituído no âmbito da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
 Conselhos Locais de Cidadãos – o que são?
Foram criados em 2009, pela EAPN Portugal, e dinamizados desde então em todos os distritos de Portugal, através do núcleos distritais desta organização, dando oportunidade a um grupo de cidadãos que vivenciam, ou já vivenciaram, situações de pobreza e/ou exclusão social, de norte a sul do país de: se pronunciarem sobre as suas realidades, necessidades e prioridades, a sua qualidade de vida e sobre as políticas sociais; identificar dificuldades e estratégias de enfrentamento dos problemas que são acionadas por estes cidadãos, assim como a definição de áreas prioritárias de atuação; terem uma voz ativa para o diálogo e para participar na vida política falando sobre as medidas que interferem nas suas vidas; participarem ativamente na luta contra a pobreza e a exclusão social (luta essa relativamente à qual são, desde logo, os principais interessados); através da identificação de novas estratégias e novos instrumentos de avaliação das medidas sociais e de exercício de lobby junto dos órgãos de poder; atuarem com a EAPN Portugal, ao nível da monitorização e avaliação, direta ou indiretamente, do que se vai fazendo a nível nacional nesta área, através da informação, formação, investigação e planeamento participado de ações que concorrem para o combate da pobreza e da exclusão social.
Sabendo que a participação é um processo difícil, que necessita de tempo e de maturação, a EAPN Portugal decidiu começar por dar pequenos passos que permitam, paulatinamente, reunir as condições para uma participação organizada e efetiva num futuro próximo e que, a médio prazo, permita a existência de estruturas e plataformas de participação na definição e implementação das políticas. Desta forma, promovemos a cidadania e a participação das pessoas que vivenciam ou já vivenciaram situações de pobreza e/ou exclusão social através de movimentos de cidadania, quer a nível distrital – Conselhos Locais – quer a nível nacional – Conselho Nacional -, e ainda a nível europeu, com a participação no Encontro Europeu de Pessoas em Situação de Pobreza e de Exclusão Social que se desenvolve desde 2001.
Sobre este Prémio de Jornalismo
O jornalismo sempre teve um papel fundamental no desenvolvimento da vida democrática, denunciando os abusos dos direitos humanos. Ao longo dos últimos anos, a informação jornalística começou a desempenhar um papel importante, influenciando a própria interpretação da realidade e promovendo uma nova responsabilidade em termos de impacto político, social e cultural que a notícia pode ter no mundo global. Desta forma, a responsabilidade dos meios de comunicação para não publicarem ou transmitirem mensagens discriminatórias corre sempre o risco de colocar em perigo a liberdade de informação. Assim, é importante ter presente as consequências que informações incorretas ou estereotipadas podem ter. As notícias sobre pobreza e exclusão social podem, por vezes, ter por base simplificações excessivas e imagens estereotipadas de culpabilização. Uma imagem tendenciosa ou deturpada pode contribuir para a construção de uma atitude social negativa relativamente a determinados grupos, tendo um grande impacto negativo sobre a imagem dos mesmos. A EAPN Áustria é a mentora deste prémio de jornalismo que organiza desde 2010 e que foi replicado por diversos países, nomeadamente Portugal.

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