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Na sequência das sessões desenvolvidas na FEUP, no âmbito dos “Novos Paradigmas da Educação”, e porque se chegou a uma fase em que se pretende concretizar melhor algumas ideias que foram emergindo, vimos propor a constituição de um (sub)grupo de trabalho sobre “Educação e Inclusão”, de forma a que a pobreza e a exclusão social seja uma dimensão de analise que se reflita em ações concretas.

Entendemos a educação enquanto conceito lato, que se vai (re) construindo ao longo da vida do cidadão, enquanto detentor de direitos e de obrigações, e tendo por princípio orientador a sua pluridimensionalidade: biológica, psicológica, social e espiritual.

A forma como o sistema de ensino está pensado e se tem vindo a desenvolver, especificamente no que concerne ao ensino escolar, não tem cumprido a sua missão de universalidade, não só porque não está preparado “para todos” (para a multiculturalidade) mas também porque não permite a todos o que estão no sistema o desenvolvimento de competências de cidadania ativa e de realização plena.

De facto, temos assistido ao longo dos seculos ao desenvolvimento de processos e métodos de aprendizagem baseados apenas na dimensão cognitiva das crianças e aprendentes em geral, sendo negligenciadas todas as outras dimensões que constituem a sua integridade, tal como referimos anteriormente. Esta ausência de visão do individuo na sua complexidade, exclui, à partida, um conjunto significativo de cidadãos que por se encontrarem em situações de desfavorecimento social e económico, são excluídos do sistema pelo exercício de uma violência simbólica que lhes é, muitas vezes inconscientemente, dirigida, fazendo com que se reproduzam situações de exclusão dentro do próprio sistema, como são exemplo algumas minorias como as comunidades ciganas, cidadãos com algum tipo de deficiência ou incapacidade, etc. A educação tem de ser mais do que educar exclusivamente para uma profissão, tem de ser uma educação para a vida em sociedade.

Propomos por isso um ensino com todos e para todos, que não seja um sistema fechado mas aberto e em constante comunicação com outros sistemas sociais (familiar, profissional, cultural, económico, etc.).

Objetivos

A constituição de um grupo de trabalho sobre Educação e Inclusão, constituído por atores com interesse e responsabilidades ao nível da educação, poderá trazer contributos importantes para a continuidade da reflexão que temos vindo a desenvolver no âmbito das reuniões sobre NPE, tendo como principais objetivos:

• Promover a reflexão e o debate, em torno de temas relacionados com a educação e a inclusão, que permitam conhecer melhor as múltiplas realidades existentes, os desafios e as potencialidades, assim como sugestões para superar esses desafios.

• Promover uma maior aproximação às realidades da pobreza e da exclusão na sua ligação com a educação / aprendizagem, através de contato com testemunhos reais / vivências de atores chave, de forma a aprofundar o conhecimento, desconstruir estereótipos negativos e definir ações concretas para os combater.

• Produzir documentos de referência sobre os temas escolhidos, que possam ser divulgados junto das entidades públicas nacionais e da sociedade em geral, de forma a constituir um contributo válido e credível para a discussão dos referidos temas.

• Fomentar o trabalho em rede e o contato e disseminação de boas práticas na educação.

• Fomentar a participação das diferentes partes interessadas, dando igualmente voz a atores que tradicionalmente têm sido negligenciados no que respeita ao contributo que podem dar para a educação, como são exemplo os reformados, os voluntários, os desempregados, associações culturais e sociais locais, etc.

• Criar laços e hábitos de trabalho entre diferentes organismos e pessoas, numa postura de valorização de diferentes saberes e experiencias (universidades, cidadãos em geral, organizações publicas e privadas, ONG’s, empresas, etc.).

• Desenvolver espaços e tempos de divulgação e debate de ideias, abertos à comunidade, como por exemplo conferencias, tertúlias, artigos, publicações, etc.

• Desenvolver experiencia piloto em escolas ou outros espaços educativos. No plano de trabalho 2015/2016 trabalharemos com a escola EB de Montebello, Porto.

Mais informação no documento em anexo.

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